o espaço onde nada escapa da nossa mira

Há quase 20 anos a América Latina passava por diversas formas de ditaduras militares.No Brasil era a falácia da democracia conservadora que censurava todas as mídias e manipulava a massa.O AI5 representou a face mais obscura da perseguição a opositores de todos os meios, desde políticos e estudantis a até artísticos.Vale lembrar da censura televisiva.As novelas que aparentemente apresentavam, de forma direta ou indiretamente (nesta última, muitas vezes a ditadura interpretava da sua maneira, e equivocadamente, as sinopses e os capítulos escritos e os barravam) conteúdos que a ditadura considerava prejudicais a sua imagem eram censurados.

No restante da América Latina as coisas não eram diferentes.Na Argentina, por exemplo, o governo de Juan Carlos Onganía aplicou uma forte censura na mídia do país.Não passavam na rádio argentina, por exemplo, "Cocaína", do britânico Eric Clapton, "The Wall", dos Pink Floyd, "Get down, make love", dos Queen, "Te recuerdo Amanda", do chileno Victor Jara, "Desayuno", a versão em espanhol de "Café da manhã" do brasileiro Roberto Carlos, "Hasta siempre", do cubano Carlos Puebla, "Cruz de luz", de Daniel Viglietti, "Mia", do italiano Nicola di Bari, entre outros.

Quase três décadas se passaram e hoje países como o Brasil comemoram a conquista da democracia e da liberdade de expressão.Fora o estabelecimento de certos horários para os programas de televisão em decorrência da violência e outras influencias que prejudicam nossas crianças e juventudes temos a liberdade de expressar e de todas as formas nossos idéias e as nossas opiniões “doa a quem doer”

Entretanto, a nossa visinha Argentina parece querer andar na contramão. Influenciado pelo chavismo o governo Kirchners estuda medidas para aprovar uma lei que controla além dos rádios e tvs os jornais do país.Vale ressaltar que nos últimos tempos a imprensa argentina e o governo de situação vivem em constantes conflitos, tanto que, a presidente Cristina kirchner chegou a acusar a imprensa como golpista e declarou :“sou vítima de um fuzilamento midiático ”demonstrando uma simpatia pelo método do presidente Hugo chaves que fechou a Rádio Caracas Televisión (RCTV) – uma das principais televisões da Venezuela- por ser contra seu governo populista .

É triste ver que um país como a Argentina correr o risco de ser calado e não demonstrar para o mundo o seu poder artístico e cultural.Infelizmente os seus governantes cada vez mais adotam políticas passadas que fazem o país perder o seu charme de (Europa latina) e o estagnam no tempo,fazendo-o de forma passiva assistir a ascensão dos seus visinhos como o Chile e o Brasil.

Quem observa o sistema político petista de hoje desconhece aquele partido oposicionista que continha nas reformas sociais as forças dos seus ideais e discursos. Vemos na política atual uma retomada e continuidade de projetos de governos anteriores que priorizam o mercado externo e o bem estar internacional diante as potencias mundiais. Nos fóruns e congressos o nosso presidente orgulha-se das conquistas sociais que implantou como a fome zero e a bolsa família vistas como uma solução para a miséria e a fome. Política essa, que não passa de uma fachada eleitoral, que empurra para os próximos governos a questão das reformas e provoca um tipo de amnésia na população mais carente que sempre solicitou um pedaço de terra e uma vida digna e agora com apenas 60 reais mensais se contenta e prefere esquecer anos de luta e conviver com um futuro incerto. Infelizmente o nosso governo utiliza a política mais logradora que existe, fazendo com que o povo troque a ética pelo assistencialismo.

Onde se encontram os projetos da reforma agrária defendida pelo nosso presidente com tanta garra nos anos 80 e 90?O discurso válido de que a reforma agrária busca descentralizar e democratizar a estrutura fundiária, favorecer a produção de alimentos e a partir deles obter-se comida e renda, diversificar o comércio rural, reduzir a migração e promover a cidadania e a justiça social, erradicar os latifúndios (propriedades improdutivas) para distribuí-las de forma que se tornem fonte de sustento e renda foi esquecido?Não se encontra mais na plataforma eleitoral tão defendida há pouco tempo e justo nas eleições que elegeram o atual presidente em 2002 e em 2006 e que defendia a questão agrária com projetos e soluções?E estamos na véspera do termino do governo e nada foi realizado.

É triste vermos latifundiários que utilizam a jurisprudência para ganharem pagamentos extremamente acima do preço por suas terras a serem desapropriadas enquanto milhares de pessoas são expulsas de assentamentos desprovidos de condições dignas de sobrevivência.

Falta pouco mais de um ano para o término desse governo e o PT provou-se que não passa de um governo falásico, sem coragem de enfrentar os grandes latifundiários, alias, se alia a eles colocando vários no ministério, resultando em um partido sem identidade.

Não é de hoje que a Igreja Católica condena algo e causa tanto mal a humanidade.

Na idade média, ela condenava os acusados de heresias, aqueles que não seguiam os preceitos cristãos, com direito a punições como: penitências, exigência de peregrinações, excomunhão. O ápice desses julgamentos ocorreu na contra reforma (resposta ao avanço da Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero, que procura redefinir a Doutrina da Igreja e a disciplina do clero), nesse período, estabeleceu-se a inquisição que resultou em milhares de vítimas, mortas sob cruéis castigos de tortura sendo mutiladas e até queimadas nas fogueiras ditas santas.


Passados séculos e ainda decisões desumanas da igreja continuam provocando mortes de milhares de pessoas, e, a proibição do uso da camisinha é uma delas. Na última visita a África o papa bento XVI condenou o uso da camisinha alegando que esta aumenta a propagação do vírus da AIDS. Pois é, a igreja católica desacredita em todas as pesquisas e nos resultados positivos, para não dizer dogmáticos, de que a camisinha é um dos principais fatores que ajudam a combater a proliferação do vírus. e essa descrença leva seus seguidores ,que naquele continente é muita,a seguir os desejos do papa e da igreja , e nisso mora perigo. Todo o trabalho de anos das ONG, como os médicos sem fronteira, e dos governos, que é pouco, para conscientizar a população estará por água abaixo.

Afinal, qual é a proposta da igreja para combater o vírus?A abstinência sexual?Se esta não consegue impedir os cleros de provarem o gosto do sexo, visto as últimas notícias de padres abusando de crianças e adolescentes, vai conseguir fazer com que milhares de pessoas mergulhadas na pobreza e na miséria e desprovidas de quase todas as formas de prazer a praticarem o ato carnal?

Ao invés da igreja católica admitir que estejamos em outros tempos e que conceitos de séculos passados precisam ser reformulados para o bem da sociedade, ajudando - assim, cientistas pesquisadores e profissionais interessados em combater a doença, ela insiste nas teclas do pensamento arcaico e que destroem lares comunidades e até uma população inteira.

O Papa João Paulo II pediu, de forma simbólica, perdão á humanidade e ás vítimas do tribunal do santo ofício pelos atos da igreja nos tempos da inquisição, admitindo assim, que ela errou e provocou de uma forma intolerante e injustamente milhares de mortes. Não é tarde para o novo Papa admitir que errou no caso da condenação do uso da camisinha,caso isso não ocorra,a morte de milhares de pessoas ocorrera em maiores proporções ,e desta vez, perdão nenhuma justificará a atitude de uma triste instituição

Passados quase três meses desde a posse do presidente norte americano e o mundo ainda vive a euforia da eleição de um presidente negro. Ele é apontado como uma possível salvação da estagnada economia estadunidense e do mundo,assim como,um grande mediador nas negociações de paz no Oriente Médio.

Seus discursos de campanha foram sempre otimistas e esperançosos tanto para o seu povo quanto para a população mundial, como por exemplo, a proposta de uma retirada gradual das tropas norte americanas do Iraque e do Afeganistão que animou as famílias dos soldados americanos e aqueles que defendem uma redução de gastos militares em tempos de crise, e alimentou uma esperança, de tempos de paz, no oriente médio que sofre diariamente com as mortes de civis, entre elas crianças inocentes, vítimas de falsas e estúpidas guerras em nome do modelo da democracia norte americana.

Entretanto, na última semana o presidente surpreendeu a todos com a declaração de aumentar as tropas no Afeganistão, e mais, o ministro de defesa anunciou que os soldados serão reequipados com novas armas de ultima geração. Essa propaganda da indústria bélica alimenta, e de forma cruel, as compras de armas americanas. Mercado esse, que é responsável pelos maiores PIBs dos EUA,assim como,é responsável por milhares de vítimas de guerras principalmente ás civis na África(o filme o senhor das armas é um ótimo denunciador desse mal).

Portanto, fica a pergunta:Até que ponto podemos depositar as nossas confianças de uma nova era nesse presidente?Ou será que ele vai seguir o mesmo caminho do seu antecessor que é conquistar o máximo de vantagem sobre todo, somente para o seu país, mesmo usando a força para isso se realizar?Força essa, que causa sofrimentos de domínios, de guerras e de crises.